Costuma-se citar muito aquele chavão quer diz ser a esperança, a última que morre. Entretanto é uma pena saber que de tão podre quanto a frase a esperança também é.
Carregando a expectativa nas costas, a esperança anda para todos os lados, sugerindo soluções, inventando situações, e acasos que levem a vontade esperançada à sua realização. E a cada passo que o tempo dá mostrando a esperança de que é inútil esperar, mais esta se fere e manca a carregar a expectativa.
E essa é um peso nas costas da esperança, que somente faz a apressá-la mais ainda, a ponto de além de ser carregada, carregar aquela que a carrega a um caminho mais rápido para a atroz tristeza de cair no esquecimento.
E se de atreladas estas peças do quebra cabeça dramático da vontade fossem desligadas uma da outra? A esperança realmente duraria muito tempo, o tempo suficiente para cair no esquecimento, ou seja, acabar morrendo. E a expectativa? Da preguiça que governa o ser, já estaria em Floripa fumando um banza e deixando a vida de lado.
Então é assim que vive a esperança, atrelada a expectativa de que sua espera seja curta, e iludida pela sua própria vontade de realizar seus desejos, que por mais simples que sejam, não dependem dela, muito menos da expectativa, que são apenas agentes desestabilizantes da naturalidade com que as coisas devem acontecer.
É de incrível destreza o escrever de assuntos de complexidade. Creio que todo ser humano precisa ter sua vida pautada em algo que pode ser chamado esperança. Mas, ainda creio que esta pode ser atrelada bem mais aos sonhos que precisam ser realizados.
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