sábado, 19 de dezembro de 2009

Errar não é Humano

Algumas pessoas acertaram a vida inteira, sempre andam na linha e são boas, só que num belo dia de verão cometem um erro, e são julgadas como aquelas que cometiam erros há anos. Qual o sentido de se comportar segundo os valores morais se na eventual desmoralização de uma atitude, se é julgado como um imoral por completo?

Essa matemática do respeito está toda embaralhada. Os erros valem mais que os acertos. Repara-se mais naquele que erra do que naquele que acerta, e nessa troca de valores o que dá a entender é que se alguém quer aparecer, é mais fácil aparecer cometendo um crime do que doando roupas para a campanha do agasalho.

Não que errar seja gostoso ou bonito, mas de certo, na ocasião da sua ocorrência, deveriam ser levados em conta todos os acertos de quem errou. Afinal mostra-se raro o fato de cometer um deslize e há de serem levadas em conta todas as bondades deste ser perante o seu erro a fim de julgá-lo de forma verossímil, uma vez que constatada a fatalidade do ato.

Porém o que ocorre na realidade é a falsa valorização das coisas boas, uma vez que a recompensa por acertar não está de acordo com a punição ao errar, pois pequenos erros se tornam catástrofes e grandes acertos são vistos como nada além da obrigação de ser alguém segundo os preceitos éticos e morais estabelecidos pela sociedade. E como consequência dessa inversão de papéis, onde julga-se melhor punir severamente e elogiar de forma supérflua, inicia-se um processo de desânimo ao constatar que nada do que se faz de bom é reconhecido devidamente perto daquilo que se faz ruim, mesmo que de forma negativa, seus erros vão sempre se destacar diante dos seus acertos, provando a inutilidade de se realizar atitudes nobres e forçando o indivíduo a se focar em ser neutro, pois errar não exige tanto esforço como acertar.

Isto de certa forma constrói pessoas frias e sem amor no coração, pois não são necessárias muitas inversões de valor em sua vida para que ela se torne alguém que apenas ligue para sí mesma, já que os outros nunca ligaram para ela quando pensava em ser alguém melhor para agradar a quem ela pensou que um dia creditaria sua gratidão nela.

Esta aí, gratidão. As pessoas são ingratas pelo que se faz para agradá-las, exaltá-las e ajudá-las, pois se fossem realmente gratas, um erro ou dois não seriam o suficiente para acabar com a confiança de milhares de outras situações onde foi posta a hombridade a prova. É como diz aquela velha frase que por trás carrega o legado dessa inversão de valores: "A confiança demora anos para se construida, e apenas um dia para ser destruída." Quando na verdade, deveria ser mais ou menos assim: "A confiança demora anos para ser construída, e por ser sólida diante de tanto tempo, não pode ser abalada por pequenos deslizes sujeitos a qualquer um".

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Encruzilhada


Ele estava seguindo um caminho difícil, mas até então amável, até que foi impedido de seguir o seu rumo pelos seus próprios erros, então foi posto a prova em outro caminho, no qual se deu bem, conseguiu realizar algumas façanhas das quais jamais imaginara que faria, e se sentiu bem com isso. Acabou que ficou se sentindo em casa, e muito afim de seguir aquele caminho que aumentou sua autoestima abalada e o seu poder de ser quem ele realmente era.

Porém, inesperadamente, aquele jovem no meio do seu novo caminho se deparou com a mais fatídica bifurcação que poderia lhe acontecer naquele momento. O antigo caminho finalmente lhe foi aberto, e cabia a ele escolher dentre aquele com o qual ele foi obrigado a se acostumar e se ver feliz, e aquele em que ele estava sofrendo mas que por amor era inevitável negar.

Agora esse garoto em meio a turbilhões de problemas além deste, precisa decidir sobre qual rumo dar ao seu coração. Mas como se decidir dentre duas coisas tão importantes mas que não podem coexistir? A razão é falha nesse momento, mas o coração também, então ocorre uma confusão em que não se sabe mais no que acreditar e muito menos no que apostar, pois simplesmente se fica a deriva num mar de possibilidades inconstantes onde relâmpagos de cobrança e chuvas de lágrimas atrapalham o equilíbrio das águas.

Prós e contras, quem disse que eles existem? Normalmente aquilo que te favorece numa situação, desforece em outra, então como algo pode ser benéfico sendo maléfico ao mesmo tempo? A combinação de forças que se anulam nessas situações é o que mais desanima na hora de se decidir, mas ninguém se importa no quão sofrida é esta decisão, simplesmente querem uma resposta, e não percebem que de maneira preciptada pode ser pior do que esperar até por anos! Mas este é o resultado da busca pela felicidade, principalmente quando envolve duas pessoas, uma sempre procurando a felicidade através da outra, por mais que por pensamentos diferentes elas queiram algo em comum mas que se solavancam quando esbarrados por outros conceitos de vida que não lhes agradam.

Mas então, como decidir? Será que se arriscar é bom? Um dos caminhos tecnicamente sempre estará aberto, mas o outro um dia não existirá mais. Mas como se dedicar a aquele que supostamente irá embora um dia se essa não é a sua vontade agora? Ou até mesmo é, mas de certa maneira não totalmente. É mais fácil dizer que é impossível.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Auto Perseverança

"Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará."

Eu leio cada citação bíblica bizarra por aí. Todas elas remetem a mesma intenção, entregar a sua vida ao dito cujo Deus, que mal sabe da sua própria existência, quissá da nossa. Mas em alguns momentos de tristeza, eu consigo entender porque tanta gente dedica seu tempo a uma pessoa/energia/blábláblá que não conhece a fim de obter êxito na vida.

Acreditar no fato de que alguém, e não si mesmo, detém o controle da sua vida e da dos outros, é mais fácil que aceitar que não existe nada que faça isso e que tudo depende de você. Algumas pessoas não conseguiram aceitar o fato de suas vidas serem uma desgraça apenas por responsabilidade delas mesmas, então colocam a culpa no destino, e pedem a Deus, coitado, que mude o caminho que esta pessoa está traçando aqui na Terra, e todo aquele papo religioso. Mas a questão, é que nada vai mudar, se você não tiver atitude.

Tanto faz acreditar em Deus ou não, mas antes disso é necessário acreditar em sí mesmo; é menos hipócrita e mais realista. Algumas pessoas ficam tão fissuradas nisso, que quando obtém sucesso em algo, depositam esse resultado Nele, mas Ele, simplesmente não fez nada. Foi a pessoa quem fez. E aí se fecha o ciclo belo de uma lavagem cerebral bem feita.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Seleção Natural


Segundo Darwin, a evolução das espécies se dá por meio da seleção natural e outros fatores que determinam a adaptação dos animais ao meio em que eles vivem. Pois bem, segundo essa teoria, que mais tarde foi complementada pela descoberta das mutações, há variações genéticas no fenótipo ou genótipo de todos os seres, que podem ou não ser úteis, mas que conforme postas a prova determinam aqueles mais fortes e suscetíveis a sobreviver, e aqueles que mais tarde serão extintos pela ausência ou presença de alguma característica que não o favoreça naquele meio.

É fácil perceber isto na natureza, na "selva de mato", onde a vida corre num fluxo simples de nascer, crescer, reproduzir, morrer e dentre essas missões, é claro, sobreviver. Mas e na "selva de pedra" criada pelo homem? Não há mais a necessidade de matarem uns aos outros em troco de comida, água, ou fogo, remédios curam milhares de doenças que antes eram agentes muito úteis em selecionar os mais fortes e resistentes. Hoje tudo é mais fácil, então onde acontece essa seleção? Será que o ser humano conseguiu ao longo da sua evolução intelectual, pausar a sua evolução física? Ou será que ao longo de mais alguns milhares de anos, o homem estará sentindo na pele o que é ser adaptado naturalmente à cidades, e não a natureza?

Afinal, o habitat natural humano não é uma cidade, mas a selva, coexistindo com os outros animais, não menos inteligentes nem evoluidos, mas em algum lugar na linha do tempo, as mesmas mutações genéticas, responsáveis por mudanças inocentes, como a cor dos pêlos ou o surgimento de asas, possibilitou ao homo sapiens o poder de julgar, raciocinar de maneira mais complexa e inventar, dando início assim a o que o mundo é hoje.

Portanto, talvez não seja nosso erro sermos egoístas, e de tão inteligentes, burros. Se pensarmos que o erro foi do acaso evolucionário, só estamos cumprindo com o nosso papel, e estamos levando a natureza rumo ao que ela mesma se pôs, mas não tardar, este acaso vai corrigir seu erro em busca do equilíbrio, da mesma forma que fez quando percebeu que os dinossauros não estavam dando muito certo.

sábado, 19 de setembro de 2009

Ideal Fracassado

Fico pensando se Aristóteles, Platão e outros filósofos, que em sua época detinham de poucos artifícios para acertarem nas suas concepções sobre a existência e tudo que a cerca, estivessem vivos hoje para verem que muito do que eles pensaram na verdade não era lá exatamente aquilo que se pensava ser aplicável.

A maior frustração do mundo é depositar todas as certezas a cerca de algo e, depois de algumas experiências, perceber que pelo menos da maneira com que se está aplicando toda uma filosofia não é bem a certa, ou até mesmo toda a lógica ao redor do conceito em que se crê está incorreta.

Mas será que isso é culpa das pessoas, ou simplesmente o pensamento não se aplica a nenhum ser humano? Uma experiência só não pode ser tida como a definição de todas as práticas, uma vez que Newton realizou centenas de vezes o mesmo experimento apenas para definir o que é gravitação, algo relativamente simples, agora.

Portanto pode ser que por enquanto um pensamento tão óbvio pareça complexo demais, mas que amanhã seja simples e rotineiro, dependendo exclusivamente de quem pratica este pensamento. Mas uma vez que este fracassa para o seu idealizador, nada mais faz sentido, apesar de se querer morrer pregando aquilo em que ele acredita, e pensando assim pode-se compreender porque o Lula da década de 70 não é mais o mesmo.

Não se pondo no lugar dele é muito fácil criticar, mas quem sabe ele, na mesma situação em que Sócrates se encontraria hoje em dia vendo teorias suas caindo por terra, não percebeu que tudo aquilo em que ele acreditava e pensou um dia praticar, na verdade é impraticável da forma com que ele sempre pregou? A teoria não tem absolutamente nada a ver com a prática, ainda mais quando se lida com muitos fatores variáveis como o fator pessoa, o mais complexo de todos.

Pelo menos o fato de tentar concretizar o seu modo de pensar te torna um herói mesmo sendo fracassado, como Hitler, um herói da sua filosofia, fracassado pelo fato dela não ser aplicável, mas que morreu lutando pelo seu ideal.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ah, O Amor...

O amor é a mais bela fusão de sentimentos contrastantes e avessos. É a partir dele que alguém encontra a si mesmo em outrém, mas se perde dentro do seu próprio eu, num emaranhado de bolhas coloridas em formato de coração, que viajam dentre neurônios, cada um com uma sensação.

sábado, 1 de agosto de 2009

Cabeça dinossauro

Andei pensando... Por que as pessoas tem cabeça dura? Será que a realidade que as cerca é tão dura quanto sua cabeça, a ponto de nas forças promovidas pelo empacto entre ambas essas se anulem? Afinal, negar o mundo é negar a sua própria existência, uma vez que ela está inserida neste mundo.

domingo, 26 de julho de 2009

Misturas


Rosa com Azul
Óleo em água
Azul com Rosa
Feridas não se apagam

Rosa com Rosa
espinhos se conhecem
Azul com Azul
estes também se envaidecem

Envaidecem pela diferença
de orgulho ao seu somar
apesar da indiferença
da sociedade em seu olhar

Enquanto isto Azul com Rosa
de normais batidos se passam
afinal o que no preconceito enrosca
são os iguais que se entrelaçam.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Liberdade e Compromisso" [2]


Em resposta a I KNOW

A liberdade é o estado máximo da conscientização dos seus próprios limites. Mesmo que limitar-se seja algo de cunho redutor do moral, há de reagir inversamente a este propósito instituindo-se o fato de que estar no limite de algo é ter atingido a plenitude dos seus atos segundo os fatos sociais inerentes em cada tipo de sociedade.

A liberdade de um homem ao escolher um caminho, é a mesma concedida a um jovem para arcar com a consequência dos seus atos, ilimitada. Tudo é dependido, portanto, da obtensão desta em seu estado mais completo, porém a única maneira para que tal ocorra é a agregação de atitudes e pensamentos que venham de encontro com a demonstração de responsabilidade, racionalidade, dedicação e amor. Assim quanto mais alguém dá de si para algo, mais isto, que por ventura é o fator limitante da liberdade, lhe possibilita a abertura de um leque de opções que ampliam as atuações do indivíduo para que este se sinta ao máximo liberto, mesmo estando preso.

Fato que pode ser observado em relacionamentos abertos e empresas como a Google. Diante da demonstração de confiança plena aliada a dedicação e responsabilidade, o relacionamento e o trabalho, os dois maiores limitantes logo após religião e estado(estes sim são irredutíveis), simplesmente coexistem com seus opostos, ou seja, estar empregado e 'desempregado', estar casado e 'não casado'.

Portanto, a liberdade é o resultado da mais perfeita atuação individual e do reconhecimento desta por meio das concessões passíveis de serem realizadas no perímetro das regras que regem o meio em que se encontra um indivíduo, por isso não há liberdade sem compromisso, e compromisso sem liberdade é um calabouço a ser evitado.

O modismo do comodismo


O comodismo é o mal do século. Fato. É incrível ver quanta gente se melancoliza a todo instante e se devassa por dentro diante de dúvidas incessantes e nada fazem por comodismo. Existem mulheres de 80 anos se divorciando por aí e se casando novamente, portanto se alguém com o "pé na cova" consegue mudar radicalmente, porque não alguém com o pé na plenitude da evolução fazer o mesmo?

A mudança é o muro mais alto do bairro do comodismo, e por trás dele pode haver uma vala com estacas de madeira, um jardim florido, ou os dois. O sofrimento é inevitável, contudo se ele é inevitável também na forma atual de se viver, qual a perda que se tem ao mudar? Ainda que quebrando o comodismo, o sofrimento aumente, há opções infinitas de como mudar isso.

Talvez seja isso que o mundo inteiro esteja precisando. Quebrar o comodismo, e porque não, inovar a própria maneira de viver?

domingo, 5 de julho de 2009

Opinião


A opinião é a resultado mais comum, no costume humano, do estabelecimento do resultado das suas reflexões. Portanto, algo muito pessoal. Mas o grande defeito da opinião, é o fato de que ela não é uma opinião por si só, ou seja, simplesmente aquilo que alguém pensa sobre alguma coisa. Nela há sempre inserida aquela vontade inerentemente 'homossapiana' do que se conhece como monopolismo ideológico, liderança, ou influência. O fato é, que poucos conseguem expressar-se sem querer convencer os outros de que aquela opinião é o resultado certo da sua soma de percepções acerca de algo.

Incrivelmente o receptor da opinião, num ato de puro instinto, ao ouvir a opinião alheia, rapidamente revida ao interlocutar a sua, e começa a discussão. Porém, o que não se percebe, é que não existe opinião certa, ou opinião errada, e por mais que o conhecimento seja demasiado maior por parte de alguém, uma opinião ignorante, mas que possua o dom de ter outro ponto de vista, pode ser muito eloquente e, assim, fazer a diferença.

Entretanto, o que esta história tem de mais intrigante, é o porquê do homem ter essa vontade enorme de incutir na cabeça das pessoas a sua forma de pensar, e assim instituir que à sua maneira é o mais correto. Afinal, se a opinião é o resultado das reflexões derivadas de percepções sobre alguma coisa, a percepção retida da opinião alheia, na verdade deveria gerar outras reflexões que aperfeiçoassem a opinião inicial, dessa forma, uma soma de opiniões, que resultasse numa outra mais aperfeiçoada.

Portanto, se o egoísmo não fosse tão inerente como o próprio monopólio, quem sabe o mundo seria melhor. Se, ao receber opiniões de diversas formas, isto afetasse de forma positiva o opinião própria gerando um resultado mais abrangente, então tudo seria melhor planejado, executado, e desta maneira, muito harmoniosamente relacionado.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Encruzilhadas da vida mental

Existem dois tipos de homem, o racional e o emocional. Mas que tipo de homem se torna, aquele que perde a razão, e não sabe mais o que sente? Nada? Quando a razão não consegue mais resolver problemas, e quando a emoção já não sabe mais o que sente, dúvidas e sentimentos simples se tornam insolúveis. A reflexão se torna imprescindível, mas tão burocrática com as próprias exigências de perguntas infundadas e de percepções mal resolvidas, que fica falha e comprometedora.

Então adiam-se decisões e se criam soluções, que em minutos seguintes se tornam equívocas e passíveis de perguntas: Por quê? Por que isso foi pensado, se na verdade era aquilo? Mas então porque foi pensado isso antes, e não aquilo a que se deve a verdade? Mas essa é a verdade? Não seria mais racional aquela outra? Porém é esse o sentimento! Mas que zona é esta? Melhor "deixar quieto"...

E na busca incessante pelo autoentendimento, é descoberto o simples e impactante fato de que este inútil item indispensável na vida é praticamente nulo no momento em que mais se precisa dele. Talvez esta seja uma resposta inconsciente de uma mente refugada dizendo: Não quero pensar, já pensei demais, e nunca fui levada em conta. Talvez, algum dia, o homem racional tenha tomado espaço do sentimental, ou o contrário, e o que deveria ser seguido foi obscurecido pela concepção errada do modo de pensar errado no momento errado.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Não Somos Mais Oque Queríamos Ser



Ser assim
Esse jeito é ser
Assim ser seguir ao fim
tragar o orgulho de se ver
Não é mudança, vocabular?

Ah, conhecer alguém
e de ímpar a par
tocar o rumo que se tem!
A vida é um eterno amar
Correr e não sair do lugar!

Jamais igual seria
tendo ele assim tomado
A todos gostaria
Agradar pra todo lado
Infelizmente assim não é

A areia cai lentamente
e demora a perceber
que o importante é ser a gente
aquilo que queríamos ser
Mas há fundados os pés no chão

Nos prendem
Indecisam o auto-conhecer
Surpreendem
mas não sabem o que fazer
e este é o reflexo da mais pura ilusão


terça-feira, 7 de abril de 2009

A Expectativa


Chega um momento na vida de alguém, que olhares se voltam de encontro ao seu triunfo. Tamanha esperança depositada, para que a glória deste ser, seja a glória de todos àqueles que apenas torceram ou contribuiram para esta. Portanto o sucesso de um, é o sucesso de outro. A igreja estaria em pé se Jesus não tivesse atendido às expectativas?

Expectativas. Esperanças fundadas numa probabilidade. Probabilidade da qual a própria porcentagem se perdeu em tanta magia. Mas e se a mágica não acontecer? E se o coelho não sair da cartola?

Cartola. O fundo de um poço dos desejos que se encaixa na mente. O coelho é a idéia que antes de vista, é imaginada pela mente que, inserida na cartola, deposita suas moedas que a realizará. Após uma varetada mágica, é suposto que o coelho surja. Este que é realização de um conjunto de idealizações que por traz de um raciocínio, carrega o legado de milhares de pessoas, ou apenas meia dúzia, que se entitulam platéia, e que só baterão palmas, caso o coelho seja, de fato, o esperado, e não ilusão.

Ilusão. Decepção atribuida ao resultado do engano. Entretanto, os enganados nunca se admitem assim, portanto o engano é agregado ao mágico, que em eu simples truque, trouxe para o público aquilo que para ele seria o melhor. Mas a expectativa em cima de alguém, nem sempre busca o melhor para este.

Assim, é conclusível que quando se espera muito, as expectativas podem aumentar de maneira catastrófica, e no final, um fracasso glorioso é tratado como simplesmente negligência, falta de esforços, etc. Portanto, há de haver cuidado com o que se espera, mas perder o medo em atingir às esperanças não só próprias como alheias.

terça-feira, 3 de março de 2009

O Racismo Étnico-Social Brasileiro





É claro que existe racismo no Brasil. Mas nitidamente diferente do apartheid ou das discriminações ocorridas nos EUA. Isto se deve à aprovação política que o racismo recebeu nestes dois casos, fato que não ocorre no Brasil, onde o governo, mesmo que comicamente em vão, oferece recursos para que etnias inferiorizadas se reergam na sociedade.

Entretanto, ao contrário do que pensam, não é a quantidade de melanina na pele o fator determinante do racismo. Grande parte deste parte dos próprios possuidores das diferenças étnicas, que já se sentem desfavorecidos por conta de sua cor e ainda mais por fazerem parte das camadas mais ínfimas da sociedade, e acabam associando este fato à sua pele, já que a maioria dos negros são pobres. Dessa forma, isso se reflete na conduta do negro que se inferioriza perante os brancos que por conta de toda uma cultura de poder existente no mundo se crescem a ponto de se sentirem superiores por causa da sua condição social e 'racial' desejada pelos negros. Fato que pode ser comprovado quando um negro se auto-entitula um ser normal com o mesmo nível racional e cultural de um branco, o que o faz se impor a igualar ou superiorizar um branco independentementente da sua classe social, algo que pode ser chamado de várias coisas como amor próprio, honra, e orgulho de ser o que é, e que mostra o respeito adquirido quando se conversa de igual para igual.

A partir disto é passível de se concluir que o racismo na verdade é uma forma mais simples de explicar o resultado de centenas de anos de escravidão e maus tratos aos negros no Brasil, que fez-se herdar costumes a respeito deles e que os impossibilitaram subir para os andares mais altos da sociedade e se afirmarem como parte integrante e fundamental para o crescimento da sociedade através da sua cultura diferenciada e de outras características pertencentes à qualidade de ser negro.

Mas, ainda que o negro seja discriminado pela sua classe social, isso não significa que apenas pela sua cor ele também não seja tão descartado quanto a respeito de sua classe. Contudo, a cor é de quem faz, e a partir do momento em que o orgulho de ser estiver no peito de cada um, os negros conseguirão se impor como pessoas comuns e de direitos iguais na grande bagunça miscigênica que é o nosso país.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Hotel Carcerário

No Brasil, um projeto de delinquente, 12 anos, com mais passagens na polícia que sua própria idade, afirma sem o menor pudor que para ele - e com certeza para outros milhares de bandidos no Brasil - a cadeia é um hotel. Ele come, bebe, dorme, assiste televisão, fala ao celular, tem visita íntima...

Na Áustria, a prisão de Leoben é sim um hotel; de luxo. Além do mais, o que os presidiários brasileiros tem, os de lá tem em dobro e com muito mais conforto, além de ar condicionado. Entretanto nesta prisão, o infrator, que apesar de não merecer muita coisa, é tratado com respeito, no entanto para usufruir da qualidade de vida ali encontrada precisa trabalhar e contribuir, o que contrariamente acontece no Brasil.

A filosofia Austríaca ao montar esta prisão de luxo é a de que tratando com respeito, após cumprir sua pena, o preso se reintegre na sociedade de maneira mais fácil, pois tratará os outros cidadãos com o mesmo respeito recebido na prisão, e com 100% de acerto, até hoje nenhum hóspede daquele lugar voltou para lá, o que também não acontece no Brasil, visto que a maioria passa várias vezes pela prisão.

Contudo, através de outra visão é possível afimar que o método austríaco pode ser falho, enquanto que o brasileiro pode ser muito eficiente. Psicológica e socialmente, os maus tratos são muito capazes de gerar repulsa suficiente num criminoso nacional para que ele, de nojo da instituição, se reintegre de forma exemplar para não correr o risco de voltar. Da mesma forma que um austríaco poderia, por falta de condições financeiras e sociais, ou por não obter o luxo que tinha antes, cometer outro crime para retornar ao seu hotel.

Contudo isto de fato não acontece. Mas por quê? Aí é que o fator educação entra em cena. Um assassino traficante chefe de quadrilha austríaco tem curso superior. O mesmo no brasil, é analfabeto. A inversão de papéis causaria os fatos recém mencionados. Um favelado não tem estrutura psicológica para ter contato com tanto luxo, ainda mais sabendo que saindo dele, dificilmente voltará. Um graduado ficaria louco ao entrar em contato com a imundice.

Logo, fica claro que, para o Brasil, nenhum dos dois métodos são eficientes, porque a resolução do problema não se concentra apenas na prisão, e sim lá embaixo num lugar chamado escola, da qual países decentes como a Àustria não tem mais no que investir.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Insignificância

Palavras não tem signifcado, a não ser se carregadas de sentimento. Assim além de significantes, tornam-se pesadas, e seus pesos geram a aspereza do atrito entre estes e o chão cheio de pedras ao qual se traz todas estas palavras quando o sentimento a elas referidos não tem felicidade.

O dicionário é um mero acaso de quem tentou em vão dar sentido a algo sem direção. Sim, afinal pode-se dizer te amo de uma maneira tão odiosa, que tal afirmação passa a ter significado nulo perante àquele descrito pelo aglomerado de signifcados insignificantes.

Porém isto é muito triste. A falta de signifcado literal quando os sentimentos interferem é frustrante, principalmente quando não há intenção de demonstrar o que se realmente sente, seja stress, ou até mesmo amor. E é aí que as palavras por mais doces que saiam das bocas, entram desafinadas no ouvido alheio.

Portanto fica claro como o processo de obtenção do significado das palavras ao falar é importante, para que o receptor tenha para si o que se realmente quer dizer, mesmo que o sentimento não mostre isto muito bem.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Mas Todos Acreditam No Futuro Da Nação

Esses dias passando pelos canais parabólicos parei para assistir dentre leilões de boi, sessões de descarrego e venda de jóias, um canal chamado NBR. Lá havia então um programa de entrevistas onde uma negra estilosa de black power entrevistava duas lésbicas. O programa se chamava Direitos de Resposta, eu acho...

Fiquei chocado com tamanha pobreza da sociedade diante da capacidade de fazer propagandas chefiadas pelo próprio GOVERNO FEDERAL dizendo para nós sobre igualdade e coisas sobre o preconceito ser crime quando vi aquelas duas mulheres dizerem sobre os direitos os quais elas não tem apenas por não serem consideradas uma família.

Um casal homossexual não pode ter um plano de saúde conjunto, direito a bolsa família ou qualquer programa do GOVERNO FEDERAL, comprar uma casa juntos etc., isso é o que eu lembro, mas tem muito mais. Engraçado, eu achei que preconceito fosse qualquer tipo de discriminação, mas isto não seria um tipo de preconceito? Ou negar a formação de uma família com duas mães ou dois pais não é algo certo porque isso é diferente? A diferença está presente em cada um de nós e duvido que alguém se sinta bem quando esculachado por ter ou ser o que os outros não tem ou são. Além do mais, um pai que tem um neto com a própria filha e vira um 'paivô' tem uma família linda perante a lei!

Depois de ver aquilo e me sentir de mãos atadas ainda veio uma simulação muito bem feita de um garoto que descobrira ser gay e não queria sair do armário por causa de todo um preconceito. E uma trama comovente leva a sua aceitação e também a daqueles que antes o rejeitavam. 

Após o programa veio o encerramento e fomos para um comercial, daqueles grandes, de intervalo entre um programa e outro. De repente, me sinto a chorar de ver uma vinheta assim: " NBR O Canal do GOVERNO FEDERAL! "

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

E Há Tempos o Encanto Está Ausente


Ele, sem nada pra fazer, resolveu por uma daquelas velhas músicas que ouvia desde que nascera. Rocks que hoje em dia não fazem, aquela balada romântica e pesada, que trazia vagas lembranças do seu passado. Músicas que talvez tenham sido trilha sonora de um momento único, ou músicas que apenas o faziam pensar e sentir através das ondas que o levava a um estado emocional delicado.

Talvez este seja o motivo de muitos adultos não ouvirem mais músicas, ainda mais aquelas que cercavam seus mundos. Pensou. 

No auge da sua juventude já se sentia tocado pela memória ao ouvir algumas músicas, imaginou-se então mais velho e ouvindo as mesmas músicas que hoje o emocionava. Realmente, chegou a ser meio desagradável. 

Entretanto outros pensamentos rondavam sua mente, e parou para pensar que se músicas o faziam chorar, por que então não haveria uma que o fizesse sorrir? Porém até mesmo os adultos não ouviam tais sons. Por quê? Então ele concluiu aquilo que já era costume há muito tempo. A felicidade anda tão escassa, que até mesmo lembrar de momentos bons gera a mágoa de saber que dificilmente eles voltarão.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Escrita Que Salvará o Mundo



Tanta coisa para mudar e algum infeliz propõe uma ideia infeliz, que outros infelizes aprovam, enquanto há uma fila de milhares de decisões mais importantes para se tomar para acabar com toda a infelicidade. Como será que tranqüilo ou tranquilo vão contribuir para a fome no mundo? Com certeza estas duas migalhas em cima da letra 'U' vão parar na mão de um pobre africano, certo?

Dizem que a reforma ortográfica serve para uma melhor unificação entre os povos falantes da língua portuguesa. Pode até ser que isso melhore a comunicação escrita entre nós, mas e o "ora poixx" a cem quilômetros por hora de um português? Ou o português emaranhado de dialetos africanos? O que nos junta mesmo é a feijoada, a cor de nossas peles, e toda a história que tivemos juntos. O resto é apenas resto, e a língua é a mesma em todo lugar, apenas a maneira de falar que complica. 

Até mesmo no Brasil. Se um Paulista for parar no Ceará, ele certamente passará por dificuldades na comunicação, e não é um hífen ou um assento que vão ajudar a melhorar isto. O que realmente melhoraria isto seria um investimento pesado em cultura e educação, ou será que poblema é uma palavra já existente no dicionário? Os coitados dos africanos mal comida tem para comer, mas aprender a escrever guarda-chuva ou guardachuva(?), ah, isso sim é muito importante!

Ter É Na Verdade Não Ter


Querendo ou não, qualquer pessoa fica segura quando tem posse. Parece que quando possuímos algo, este algo reciprocamente nos possui na mesma intensidade ou a ponto de nos sentirmos confortáveis em questão a este, como se nada o tirasse de nós.

Mas ao meu ver, existem dois tipos de posse, a posse livre, e a posse empossadora. A primeira é a mais bela e primitiva das posses, aquela que surgiu na idade das pedras um pouco antes da macabra empossadora. Surgiu quando que por acaso simplesmente nasceu um laço fraternal entre dois seres vivos. 
Digamos um homem e um pássaro. Naquela época ainda não se pensava em engaiolar os animais, então o homem com todo o carinho alimentava o pássaro que, com toda a liberdade que possuía, não largava o pé do coitado do homem. Às vezes voava para bem longe no horizonte, para talvez até encontrar outro amor, ou apenas se aventurar, mas sempre voltava para o seu 'dono'. 

Já a posse empossadora, pode até ser considerada um sentimento doentio de certas pessoas. Surgiu juntamente do egoísmo, quando o homem resolveu olhar para um objeto qualquer e dizer que era apenas dele e de mais ninguém. Mas ele sabia se o objeto gostaria de ser dele e só dele? E se o objeto quisesse ser de mais alguém, mas não desmecerendo ser de quem já o havia tido como posse?

Este segundo tipo de posse é quem provocou toda a desgraça existente no mundo. Israel quer Jerusalém só para ele. Maria quer Joãozinho só para ela. O garotinho diz que o brinquedo é dele quando outro garotinho apenas o encosta a mão. E assim vai. Esqueceram o quão belo é ter algo que na verdade não é seu. Esqueceram que o verdadeiro ter, é não ter e ao mesmo tempo ainda ter, sem obrigar a ser. É deixar a ave solta, e ela voltar espontaneamente.