segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Amar Demais

Pra mim o amor tem mil faces e se transcreve na natureza. Gosto do lince e da sua auto-suficiência, do peixe pelo seu mistério que um dia eu já achei tão simples. Dos cachos dourados de inconseqüência e daquela sensação boa e arrepiante do vento que vem do Sul!  

Tenho 4 amores, cada um com uma inspiração. Me causam dor e se odiariam ao me dividir, mas elas mal sabem que me divido por elas e ainda sim me dou por inteiro, porque meu coração é enorme, confuso e sem freio, bate a cabeça em milhões de erros e ainda sim insiste em ser diferente.

domingo, 24 de outubro de 2010

O Lado Bom das Coisas Ruins

Eu queria enchergar, um dia, apenas as qualidades e partes boas de todos os fatos e de todas as pessoas. Queria fazer o que pra mim é bom, sem pensar no que isso me traria de mal. 

Seria tão bom, se eu me sentisse seguro. Seguro daquilo que eu quero, seguro a respeito do que faço, do que decido, e seguro até mesmo das minhas dúvidas! 

Eu poderia também ter certeza. Sempre ter certeza do que quero, do que faço, e do que decido, e certeza também até das coisas mais incertas! Como o amor.

Queria me relacionar com as pessoas, mas apenas com as partes boas, ter a segurança de que elas são realmente boas companhias, e através disso ter a certeza de que não me decepcionaria.

Mas se isso um dia acontecesse, a vida seria tão sem graça e sem sofrimento, que até a maior das felicidades seria vista com indiferença. E aí então de nada valeriam todas afirmativas das negativas as quais precisamos pra podermos ser felizes sendo infelizes.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Psicologia

A cada dia que passa fica mais nítido, para quem vos escreve, o porquê de grandes nomes como Freud, Wilhelm, Bakhthin e outros tão loucos quanto, tomarem gosto pelo estudo do comportamento, cada qual à sua maneira.

De fato, no mínimo uma grande parcela de todos aqueles os mais sábios possíveis da psiqué, uma vez ou outra, se depararam com uma enorme parede ao redor de si mesmos. Provavelmente sentiram uma angústia tão grande ao não saberem ao certo o motivo pelo qual se comportavam e pensavam do jeito com o qual não queriam, mas ainda o continuavam insconscientemente, que por fim, através de uma enorme revolta, procuraram pelos mais diversos meios explicar de maneira racional uma das coisas mais (aparentemente) irracionais existentes.

E tem horas, realmente, que me perturbo de uma forma tão confusa que me pergunto se um dia serei capaz de entender como a máquina mais complexa que já existiu foi capaz de vir sem manual. E manual é uma palavra engraçada. Talvez não venha com manual pois não se usa com as mãos. E talvez toda essa compreensão apenas venha do próprio aprendizado e concepções a cerca de si mesmo ao longo da vida, o que seria frustrante para os apressados.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Te ver!


Queria te ver
e apenas vendo.
De só ver olhar
e assim te tendo.

Ainda que vendo
o ver fosse máximo
Que o fosse vendo
e estaria ótimo.

Por o que importa
simplesmente ver.
Não sentir-te morta
Pois também quer ter.

E feliz te ver
É o que queria.
Pois sem ti viver
É uma vida fria.



sábado, 18 de setembro de 2010

Aprenda, Apronte.


Passar por coisas que incitam a criticidade a cerca do ser humano realmente tem seu lado positivo; apesar das catástrofes relacionais as quais tais coisas provavelmente estão associadas. De certa forma, num apanhado geral, existem dois tipos de pessoas predominantes num pré-suposto momento onde haja a necessidade de uma análise moral. As espertas, e que portanto, sabem mentir, e as não espertas, que logo, não sabem mentir.

O mais engraçado é quando os tipos menos favorecidos da malícia, ou seja, os não tão espertos assim, resolvem tornar da ousadia uma qualidade inata. Tal fato gera pessoas que não tem a mínima noção de como se comportar e conseguir aquilo que querem sem que abalem fatos sociais, e acabam sendo ridicularizadas e desmoralizadas. 

Ok. É engraçado para quem assiste de longe. No entanto, é inegável que haja a presença de belas risadas ao se reunir com os espectadores das situações mais bizarras o possível. E são com situações peculiares como as que envolvem vários tipos de pessoas, é que eu paro para pensar em como uma visão crítica das coisas nos leva a  perceber coisas que passam batidas perto dos outros. Portanto, eis a minha conclusão sobre fatos atualmente por mim vividos:
A questão mais simples a ser apurada é, que não importa o quão suja moralmente seja a sua vontade de fazer algo. Saiba como fazer. Ninguém precisa saber por quantos chifres você foi responsável, ou quanta deslealdade você tem por alguém. As vezes não estamos sendo mals; estamos querendo realizar nossos desejos mais mundanos os quais, um dia, podemos nos arrepender profundamente de não termos realizado. E justamente pelo fato de alguns destes desejos serem os mais desregrados, imorais, inimagináveis e inconcebíveis pertencentes a imaginação é que são tão motores do nosso instinto animal, e nos fazem perder a razão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Que Está Faltando?



Ele sentia um vazio que jamais sentira antes. Era como se sua vida estivesse incompleta, por mais cheia de coisas, das quais ele gostava ou não, que ela fosse preenchida. Para as pessoas ao seu redor, era visível um estado de carência, mas jamais tirara o sorriso do rosto.

Uma vez prometeu a si mesmo que nunca deixaria de sorrir, por mais fortes que fossem as dores as quais ele passasse. Realmente, ninguém além dele era obrigado a viver com sua tristeza. Provavelmente esta decisão viera da presenciação de tanto sofrimento.

No entanto, de alguma forma, seu sorriso se apresentava mais amarelado e tímido. A saudade daquilo que ele nunca teve ou quis, ou se quer soube o que era, estava lhe dominando. Suas decisões cada vez mais eram pautadas na dúvida; e cada vez suas visões lhe encantavam por mais simples que fossem. Uma flor jamais fora tão flor quanto foi da última vez em que ele a olhou. Um beijo jamais será como aquele o qual ele recebeu.

E todas as coisas mais sensíveis pareciam mais mágicas. Talvez fosse pelo fato dele sempre viver sob a superficialidade dos desejos e sentimentos, e de repente, presenciasse um pouco melhor a realidade que sempre esteve ali. E ainda sim, não sabia o que realmente sentia naquele cérebro cansado que carregava daqui à ali observando coisas que sempre estiveram por todos os cantos, mas jamais lhe tiveram a atenção devida. 

E era estranho como eram estranhos todos aqueles pensamentos sem pé nem cabeça que rodeavam suas admirações a cerca da vida que estava levando. Mas o mais estranho, era ainda o fato de ter tudo aquilo que queria e não queria, e ainda sim sentir falta daquilo que talvez ele jamais tenha querido, ou um dia quis e não quer mais.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cursinho.

A rotação amanheceu o dia.
Acordou através de hormônios.
Havia carboidratos no café da manhã,
E o tampo da mesa era um retângulo.

Caminhando graças a letra mi
Lembrou que havia de trabalhar, e que isso era foda.
150 Cavalos vaporizavam em seu carro
Que era guiado pela longitude e latitude.

A inversão térmica deixava a manhã fria.
Mas durante o caminho, avistou milhares de sorvetes
E até mesmo seus avós ateus.
Ficou confuso ao ver estes num triângulo sexual.

Trocou da marcha A para a marcha B,
E cruzou o sinal vermelho sem saber.
O seu delta V foi calculado
e com certeza foi multado.

As ondas de rádio, transmitiam
Num inverso do tempo de 125Mhz.
O monóxido de carbono poluia
Vinha da combustão incompleta dos cavalos

Chegando ao trabalho, viu como lá fedia.
Subiu de elevador contra a força g
Através de um sistema de roldanas.
Estava cansado, precisou de mais ATP.

Sentou em sua mesa e sentiu a endorfina.
Seu chefe chegou cheio de adrenalina.
E aí então viu como aquilo tudo era escravo.
Escravo do tempo. Estava atrasado.

Estudar


Na tristeza de uma paixão,
Ao amanhecer acordou
Na dor de uma solidão,
E de um dia recordou

De um gnomo a magia
Da inteligência voraz.
Que do nada se fazia
De uma burrice incapaz.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Como Viver

Ele nunca foi o ser mais adequado da sociedade. Por incrível que pareça, e com uma educação como a de qualquer outro brasileiro de classe média, esse pequeno grande homem nunca fez parte, de fato, de um grupo social. Sempre seus pensamentos norteavam idéias completamente absurdas para as pessoas que se auto-entitulam "normais", e passou a guardá-las apenas para si.

Pois é... Por que as pessoas são tão cabeças duras? É difícil para elas aceitar a diferença, só porque ela não faz parte do seu cotidiano. Aliás, se pensassem mais, podiam evoluir bastante parando de seguir padrões concretados pela maioria passando a conhecer novos hozirontes compostos por aquela minoria que cansou de ser igual e fazer do jeito que a receita manda. A receita está aí para que possamos, na verdade, melhorá-la a cada dia.

Sim! A vida é quase um bolo. E até que o primeiro bolo fosse bem sucedido, milhares de outros foram jogados fora. Pois então, antes que você jogue sua vida fora, procure se espelhar um pouco em cada um que te cerca e ver o que essa pessoa tem a lhe acrescentar. Enriquecendo e evoluindo sua receita e seu bolo, a fim de se proporcionar um prazer inigualável daquilo que antes, era apenas um bolo normal.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sensação

É, de fato, incrível sentir algumas coisas inexplicáveis como esta que sentia e não sabia o nome. Era uma necessidade que vinha de dentro indeterminadamente sem finalidade prática, irracional diante das reais possibilidades as quais determinariam sensações concretas de acordo com que vivera. Era a saudade daquilo que tinha, o conforto em relação àquilo que nunca tivera.

Subia-lhe um calor frio quando chegava perto dela. Sim, um calor frio. Da frieza certeira do interesse forjado no calor da falsa excitação, mas é só o vento lá fora. Talvez ele quisesse colo, ou apenas fugir de casa.