segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dizem Que Sou Louco...

O fato de todos já estarem acostumados com o mundo o torna muito normal e sem graça. Mas ninguém nunca se encantou como o mágico funcionamento de um telefone? Como é que falamos num telefone no Brasil e a nossa voz sai em outro lá no Iraque? Usamos este meio de comunicação incrível quase todos os dias de nossa vida e nunca paramos para imaginar como isso acontece. 

Foi assim que o homem chegou ao conhecimento que ele tem hoje, se encantando com as coisas.

É pena que quem se encanta hoje em dia com algo é desprezado e, entre outras coisas, forçado a calar-se pelos outros que estão cheio de ouví-lo, a não ser que ele se encante com alguma coisa que realmente é digna disso na visão da sociedade acostumada com o que já existe vendo o que ainda não existia.

Mas o que já existe? Você está lendo este texto através de uma monitor. Já parou para se perguntar como a imagem é gerada nele? Como um avião consegue voar? Como um transatlântico flutua na água? Como se constói um prédio de 100 andares e ele não cai? Pensando em tudo isso há quem diga que sabe de tudo, ou então há quem diga que não liga pra nada disso, mas até hoje eu tiro fotos e não sei como a câmera capta as imagens.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Dos Sonhos Que se Configuram Tristes e Inertes

Love is All We Need

Na noite de 26 de Dezembro de 2008, Clarisse vai animada ao quarto ao lado do dela. Já quase sem esperanças, e após muita discussão sobre isto, diz a sua mãe que aquela boneca que ela tanto queria está pela metade do preço. Apesar de ainda estar cara. Mas clarisse ainda ostentava aquela boneca com todas as suas forças, e a desejava receber de forma merecedora, ou seja, ganhá-la de seus pais, não por ela pedir, mas por ela merecer pelos seus feitos, apesar de às vezes não tão bem feitos, mesmo tendo que encher o saco às vezes, já que sua outra boneca quebrara há pouco mais de 3 meses.

Ao dizer a sua mãe sobre o preço da boneca, eis que esta lhe apenas jogou um olhar e resmungou algo tão baixo que nem um cachorro, outro desejo antigo de Clarisse, ouviria. Ela apoiada no batente da porta do quarto de sua mãe, que ao lado de seu pai não a davam a mínima naquele momento, retirou-se com mais desânimo ainda, sentindo-se sem importância.

Tudo bem que sua mãe dizia estar em dívidas, prestações de apartamentos e eticétera acometeram-na bem no final deste ano, mas será que sua mãe estaria pobre a zero? Clarisse tinha certeza que não, afinal, gastou dinheiro para pintar uns cômodos da casa, melhorar o nicho do fogão de sua cozinha e comprou enfeites de natal apenas para sair da mesmice dos anos anteriores.

Clarisse sentou-se numa cadeira confortável e reclinável em frente ao seu computador. Lá ficou pesquisando preços de bonecas das mais variadas formas dentro daquilo que ela queria. Já em desespero, procurava a mais barata, e assim achou a mesma boneca que estivera na metade do preço, mas agora mais barata ainda! Se empolgou mesmo que minimamente. E com o ânimo de sempre, já imaginando que seria ignorada, foi novamente ao quarto de seus pais a avisar que havia achado uma mais barata e igual.

Sua mãe resmungou mais alto ainda, e deu para ouvir desta vez. Dizia que não tinha dinheiro para pagar a boneca. Clarisse então contra os príncipios do que ela realmente queria receber ganhando aquela boneca, já atira como cego em tiroteio, apenas para ter aquele objeto de desejo, e diz que pagaria uma parte da boneca com suas economias. E novamente o silêncio se instalou a ignorando. Clarisse voltou para o quarto desolada.

Mas ainda numa última tentativa, volta lá após uns trinta minutos e pergunta à sua progenitora o que ela faria na manhã do dia seguinte, pois queria ir à loja comprar sua boneca. Demonstrando estar sem vontade alguma para isto sua mãe diz que seu pai a acompanharia. Mas seu pai já havia lhe dado cem cruzeiros de presente de natal. Aquela boneca era presente de sua mãe, e clarisse a comunicou disso, em vão. Novo silêncio. 

Na manhã, dia 27, clarisse acordou às 8:00h pensando que conseguiria algo. Tomou café com seus pais, e ao longo desta ocasião apenas fora criticada sobre duas coisas que ela disse sentada à mesa, nada de demais, mas coisas que não tinham necessidade de serem ditas. Clarisse era assim, sua visão de mundo talvez equivocada, mas irrevogavelmente diferente, sempre a colocava em posição de risco a pedidos de silêncio aos violentos "cale a boca". Ninguém a compreendia, e ninguém sabia qual o verdadeiro significado daquele seu desejo de ganhar a boneca. Não era a boneca, mas o que ela representava. Clarisse sempre recebeu amor, mas às vezes para que se sentisse querida, achava justo que ganhasse alguma coisa. É como o troféu que um competidor ganha ao vencer uma prova, se mostra melhor que os outros. Ela queria se sentir assim. Mas competidores não imploram por um prêmio, muito menos o ajudam a pagá-lo. Clarisse não tocou mais no assunto e resolveu esperar e ver se alguém lembraria dela. Será que lembraria?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal ?


Ninguém muda, nos acostumamos com o mundo e sentamos num folgado e macio sofá de couro branco onde tomamos prosecco e tudo é lindo. Apenas sabemos reclamar, e reclamar daquilo que ninguém quer mudar, mas também não mudamos! É estar se afogando e nem ao menos tentar nadar. 

Mas seguindo o costume básico do final do ano: é hora de mudar. As desculpas mais incrédulas que eu ouço são: "eles são velhos, não mudam mais", "você é novo, sabe o que é melhor, você pode mudar!", "ah, isso não adianta mesmo, é melhor se acostumar". Temos de nos acostumar a situações que a nós não agrada apenas pelo simples fato de na maioria das vezes sermos subordinados ou fracos?

Não somos então possuidores da inteligência que um cavalo não tem e da mobilidade que uma planta desconhece? O cavalo não sabe pensar, a planta não sai do lugar. Mas o homem pensa e se move, vai até a lua e não consegue mudar um costume, uma palavra.

Isso tudo é culpa da maldita preguiça, da falta de perseverança, da falta de disciplina e da nossa companheira sempre ausente, a educação. Estes fatores decisivos ajudam uma pessoa normal a ser diferente no aspecto onde todo mundo já está cansado de ser normal mas continua assim sendo, na atitude, na vontade de renascer de verdade, que é o significado real do Natal, e não o nascimento de um barbudo em que mais da metade deste povo que não faz nada põe todas as responsabilidades e esperanças achando que as mudanças cairão do céu.


sábado, 13 de dezembro de 2008

A Resposta (infelizmente) Está Dentro de Você



A balança formada pela consciência equaciona fatos de maneira a pesá-los e fazer do cérebro um exemplo de raciocínio e compreensão das coisas. Entretanto eis que surge a química humana que, em casos de confusão e dúvida, sempre está contrária ao peso medido pela balança. Aí se instala o caos.

O caos mental é um estado de angústia e conflitos psicológicos intensos que atormentam a vida de um pobre cidadão. Este que nem ao menos culpa do que sente ou pensa tem, sente o comando da mente às vezes, ou sempre, sair do controle do corpo, ou o contrário.

E assim se segue o velho clichê de Shakespeare: "Ser ou não ser. Eis a questão." Se esta frase for analisada bem, a questão mesmo não é nem ser, ou não ser, é na verdade a síntese da dúvida. Eis a questão.

A análise dos fatos que geram tal dúvida são analisadas friamente pela balança psicológica, e os sentimentos, pela química, e a soma dá zero. E aí, o que ser? Não existe nesse caso a troca do certo pelo incerto, porque tudo é incerto. Contudo há quem diga que devemos seguir o coração. Para outros, o coração é um mero detalhe, mais incerto, pois é da razão que as coisas são muito melhor analisadas, certo?

Mas infelizmente, com um final porco e igual, é meio idiota dizer isto, mas a resposta está dentro de você. Tosco, mas fazer o quê? É a realidade.