quinta-feira, 2 de julho de 2020

Nova era

12 de Setembro de 2008, praticamente 12 anos atrás. Viajei uma década e um pouco mais, olhei pro passado e vi o presente. Como num espelho cristalino, um reflexo reluzente da minha alma se abriu para mim. Sigo um misto de sensações. Por um lado vejo aquele que fui sendo ainda aquele que sou e me pergunto: será que não saí do lugar? As mesmas angústias, as mesmas dúvidas e as mesmas certezas; a mesma sensação de inadequação no mundo. Mas por outro lado, se me vejo hoje como eu era no passado, de fato me vejo em minha própria essência, imutável. Portanto real. 

Choque de realidade. Sabe aquelas cartas que escrevemos para nosso eu do futuro? Se eu tivesse feito com esta intenção, talvez não tivesse ficado tão bom. A cada texto e poema que eu leio, resgato do fundo do poço da minha alma todo o furacão de sentimentos e pensamentos que carregava há 12 anos atrás. Que coisa incrível, nostálgica, reveladora. Que essa nova fase, que se inicia agora, seja o grão de areia do deserto, mas que se não fosse ele, o deserto simplesmente não o seria. Afinal de contas, a soma das partes jamais será maior que o todo, pois eu sou muito mais que isso, mas sem isso, não sou nada.

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sábado, 30 de julho de 2011

Te quero

Eu ainda te amo
e te quero.
E te desejo e te venero.

Penso em você
a todo instante
que até me desespero

Pois o tempo, não obstante
faz com que eu diga sempre:
eu te espero, eu te espero...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vocês, Drogas

As drogas estão me afetando.
Sim, as drogas! Sempre me disseram 
que flor que se cheire elas não eram.
Jamais ouvi estes às minhas vontades alheios.
Quem são para dizer o que devo ou não usar?


Acabei me viciando nos pesos mais drogados
das drogas mais pesadas. Não mais consigo
viver sem, estou ficando louco.


São histórias, (des)amores. Sofrimentos
e alegrias que me viciam, que me alimentam.
Por que tão dependente delas eu sou?
Será que delas não largo ou elas 
que não me largam?


Talvez as drogas é que dependam de mim
e assim por clemência não as abandono.
Suas dores me enlouquecem, 
suas histórias me adoecem. 


É, flor que não se cheire! Porém seus cheiros
me atraem, morais me afastam.
Mas que drogas! Elas falam, elas mentem,
me induzem ao erro e erram comigo.


As tornei meu alimento; uso delas pra crescer,
determinaram o meu fomento pelo conhecer
delas mesmas e me esqueci, 
e assim com elas convivo.


(des)Confio em todas, 
pois são minhas (ini)amigas. Certo.
Como pude me viciar em algo
tão ruim como eu?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu Livro



Olá, aberto sempre estou,
ainda que mesmo fechado.
Me leva pronde quiseres,
a qualquer lugar, e acredita,
sem comigo estares.


Tu tens tudo o que precisas
em minhas palavras.
Carrega-me
em tua memória,
tudo o que foi lido.


Podes também me arrancares
uma página, talvez duas.
Entre os tantos, quem aí contigo
ficaria, mesmo não te tendo,
seria eu,


porque partes de mim seriam tuas.
Podes me ter
nunca tendo tido.
E podes me amar,
assim como ama teus livros.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mala

Tu és uma mala, que de tão grande
me carregaria dentro de ti.
De tão chata me tornas ofegante
de ódio pra te ver.
Desse ódio tão tênue que se 
converte em amor,


esse aí que me contém,
também está contido em ti.
Dessa forma tu carregas
este grande bobalhão,
sem o peso de todas as pedras


que ele pisou ao andar no chão.
Batido, rachado e pedregoso
da dor do amor, este mesmo que 
me contém, que tu conténs, 
e conténs ti, contido, contente.

O Tempo

Não gosto do tempo.
Ele é meu inimigo.
Gosto, eu, de fazer o meu tempo.
 Já teria feito tantas coisas!

Mas o tempo, que não é meu,
Estraga esse meu tempo.
Deve ser porque meu tempo é apressado
Ou então, meu tempo, há de ser o tempo
Que o tempo quer que seja tempo, sabe?

A quarta dimensão disse
Que o espaço se comprime.
Porque o tempo não diminui
Então a distância entre nós?

Ou dentre o tempo da distância
Há cegos nós que param o tempo?
No espaço do(s) nós o tempo voa,
Mas não se leva pelo meu tempo
Que é eterno mas não dura.

Solidão



Logo menos viro amigo da solidão.
Esta, que me há alguns anos acompanha
Mas nunca dei a devida atenção.
Sempre lá, no banheiro,
No carro, de fundo ao som do rádio

No perfeccionismo das inatitudes.
Tão só, é nossa melhor amiga
Companheira, irmã. Ah! 
Mil palavras ditas num silêncio
Além do discurso confortam.

Hombridade não lhe falta. Respeito
Atenção. Lealdade!
Nos piores momentos, companheira
Gera o infeliz, e constante, fomento
De que alguém há de ser assim... 

Não houve. Mas, não há.
Interesseiros, supérfluos.
Ela não. De tão altruísta,
Se deixa violar o silêncio
Em prol dos nossos soluços.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ehcstirF anahoY À

Sonha comigo, que eu sonho com você.
Fechando os olhos passarei a te ver
No azul profundo do seu luar,
Que me apresenta o mundo num só lugar


Lugar esse em que me sinto em casa
E me faz voar sem nem ter asas.
Que vou apenas pra te amar
Porque lá sei que vamos estar


Simples assim como uma canção
Vai batendo meu coração.
No ritmo plácido do seu caminhar
Que a cada passo me faz mais te amar.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Amar Demais

Pra mim o amor tem mil faces e se transcreve na natureza. Gosto do lince e da sua auto-suficiência, do peixe pelo seu mistério que um dia eu já achei tão simples. Dos cachos dourados de inconseqüência e daquela sensação boa e arrepiante do vento que vem do Sul!  

Tenho 4 amores, cada um com uma inspiração. Me causam dor e se odiariam ao me dividir, mas elas mal sabem que me divido por elas e ainda sim me dou por inteiro, porque meu coração é enorme, confuso e sem freio, bate a cabeça em milhões de erros e ainda sim insiste em ser diferente.

domingo, 24 de outubro de 2010

O Lado Bom das Coisas Ruins

Eu queria enchergar, um dia, apenas as qualidades e partes boas de todos os fatos e de todas as pessoas. Queria fazer o que pra mim é bom, sem pensar no que isso me traria de mal. 

Seria tão bom, se eu me sentisse seguro. Seguro daquilo que eu quero, seguro a respeito do que faço, do que decido, e seguro até mesmo das minhas dúvidas! 

Eu poderia também ter certeza. Sempre ter certeza do que quero, do que faço, e do que decido, e certeza também até das coisas mais incertas! Como o amor.

Queria me relacionar com as pessoas, mas apenas com as partes boas, ter a segurança de que elas são realmente boas companhias, e através disso ter a certeza de que não me decepcionaria.

Mas se isso um dia acontecesse, a vida seria tão sem graça e sem sofrimento, que até a maior das felicidades seria vista com indiferença. E aí então de nada valeriam todas afirmativas das negativas as quais precisamos pra podermos ser felizes sendo infelizes.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Psicologia

A cada dia que passa fica mais nítido, para quem vos escreve, o porquê de grandes nomes como Freud, Wilhelm, Bakhthin e outros tão loucos quanto, tomarem gosto pelo estudo do comportamento, cada qual à sua maneira.

De fato, no mínimo uma grande parcela de todos aqueles os mais sábios possíveis da psiqué, uma vez ou outra, se depararam com uma enorme parede ao redor de si mesmos. Provavelmente sentiram uma angústia tão grande ao não saberem ao certo o motivo pelo qual se comportavam e pensavam do jeito com o qual não queriam, mas ainda o continuavam insconscientemente, que por fim, através de uma enorme revolta, procuraram pelos mais diversos meios explicar de maneira racional uma das coisas mais (aparentemente) irracionais existentes.

E tem horas, realmente, que me perturbo de uma forma tão confusa que me pergunto se um dia serei capaz de entender como a máquina mais complexa que já existiu foi capaz de vir sem manual. E manual é uma palavra engraçada. Talvez não venha com manual pois não se usa com as mãos. E talvez toda essa compreensão apenas venha do próprio aprendizado e concepções a cerca de si mesmo ao longo da vida, o que seria frustrante para os apressados.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Te ver!


Queria te ver
e apenas vendo.
De só ver olhar
e assim te tendo.

Ainda que vendo
o ver fosse máximo
Que o fosse vendo
e estaria ótimo.

Por o que importa
simplesmente ver.
Não sentir-te morta
Pois também quer ter.

E feliz te ver
É o que queria.
Pois sem ti viver
É uma vida fria.



sábado, 18 de setembro de 2010

Aprenda, Apronte.


Passar por coisas que incitam a criticidade a cerca do ser humano realmente tem seu lado positivo; apesar das catástrofes relacionais as quais tais coisas provavelmente estão associadas. De certa forma, num apanhado geral, existem dois tipos de pessoas predominantes num pré-suposto momento onde haja a necessidade de uma análise moral. As espertas, e que portanto, sabem mentir, e as não espertas, que logo, não sabem mentir.

O mais engraçado é quando os tipos menos favorecidos da malícia, ou seja, os não tão espertos assim, resolvem tornar da ousadia uma qualidade inata. Tal fato gera pessoas que não tem a mínima noção de como se comportar e conseguir aquilo que querem sem que abalem fatos sociais, e acabam sendo ridicularizadas e desmoralizadas. 

Ok. É engraçado para quem assiste de longe. No entanto, é inegável que haja a presença de belas risadas ao se reunir com os espectadores das situações mais bizarras o possível. E são com situações peculiares como as que envolvem vários tipos de pessoas, é que eu paro para pensar em como uma visão crítica das coisas nos leva a  perceber coisas que passam batidas perto dos outros. Portanto, eis a minha conclusão sobre fatos atualmente por mim vividos:
A questão mais simples a ser apurada é, que não importa o quão suja moralmente seja a sua vontade de fazer algo. Saiba como fazer. Ninguém precisa saber por quantos chifres você foi responsável, ou quanta deslealdade você tem por alguém. As vezes não estamos sendo mals; estamos querendo realizar nossos desejos mais mundanos os quais, um dia, podemos nos arrepender profundamente de não termos realizado. E justamente pelo fato de alguns destes desejos serem os mais desregrados, imorais, inimagináveis e inconcebíveis pertencentes a imaginação é que são tão motores do nosso instinto animal, e nos fazem perder a razão.