domingo, 26 de julho de 2009

Misturas


Rosa com Azul
Óleo em água
Azul com Rosa
Feridas não se apagam

Rosa com Rosa
espinhos se conhecem
Azul com Azul
estes também se envaidecem

Envaidecem pela diferença
de orgulho ao seu somar
apesar da indiferença
da sociedade em seu olhar

Enquanto isto Azul com Rosa
de normais batidos se passam
afinal o que no preconceito enrosca
são os iguais que se entrelaçam.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Liberdade e Compromisso" [2]


Em resposta a I KNOW

A liberdade é o estado máximo da conscientização dos seus próprios limites. Mesmo que limitar-se seja algo de cunho redutor do moral, há de reagir inversamente a este propósito instituindo-se o fato de que estar no limite de algo é ter atingido a plenitude dos seus atos segundo os fatos sociais inerentes em cada tipo de sociedade.

A liberdade de um homem ao escolher um caminho, é a mesma concedida a um jovem para arcar com a consequência dos seus atos, ilimitada. Tudo é dependido, portanto, da obtensão desta em seu estado mais completo, porém a única maneira para que tal ocorra é a agregação de atitudes e pensamentos que venham de encontro com a demonstração de responsabilidade, racionalidade, dedicação e amor. Assim quanto mais alguém dá de si para algo, mais isto, que por ventura é o fator limitante da liberdade, lhe possibilita a abertura de um leque de opções que ampliam as atuações do indivíduo para que este se sinta ao máximo liberto, mesmo estando preso.

Fato que pode ser observado em relacionamentos abertos e empresas como a Google. Diante da demonstração de confiança plena aliada a dedicação e responsabilidade, o relacionamento e o trabalho, os dois maiores limitantes logo após religião e estado(estes sim são irredutíveis), simplesmente coexistem com seus opostos, ou seja, estar empregado e 'desempregado', estar casado e 'não casado'.

Portanto, a liberdade é o resultado da mais perfeita atuação individual e do reconhecimento desta por meio das concessões passíveis de serem realizadas no perímetro das regras que regem o meio em que se encontra um indivíduo, por isso não há liberdade sem compromisso, e compromisso sem liberdade é um calabouço a ser evitado.

O modismo do comodismo


O comodismo é o mal do século. Fato. É incrível ver quanta gente se melancoliza a todo instante e se devassa por dentro diante de dúvidas incessantes e nada fazem por comodismo. Existem mulheres de 80 anos se divorciando por aí e se casando novamente, portanto se alguém com o "pé na cova" consegue mudar radicalmente, porque não alguém com o pé na plenitude da evolução fazer o mesmo?

A mudança é o muro mais alto do bairro do comodismo, e por trás dele pode haver uma vala com estacas de madeira, um jardim florido, ou os dois. O sofrimento é inevitável, contudo se ele é inevitável também na forma atual de se viver, qual a perda que se tem ao mudar? Ainda que quebrando o comodismo, o sofrimento aumente, há opções infinitas de como mudar isso.

Talvez seja isso que o mundo inteiro esteja precisando. Quebrar o comodismo, e porque não, inovar a própria maneira de viver?

domingo, 5 de julho de 2009

Opinião


A opinião é a resultado mais comum, no costume humano, do estabelecimento do resultado das suas reflexões. Portanto, algo muito pessoal. Mas o grande defeito da opinião, é o fato de que ela não é uma opinião por si só, ou seja, simplesmente aquilo que alguém pensa sobre alguma coisa. Nela há sempre inserida aquela vontade inerentemente 'homossapiana' do que se conhece como monopolismo ideológico, liderança, ou influência. O fato é, que poucos conseguem expressar-se sem querer convencer os outros de que aquela opinião é o resultado certo da sua soma de percepções acerca de algo.

Incrivelmente o receptor da opinião, num ato de puro instinto, ao ouvir a opinião alheia, rapidamente revida ao interlocutar a sua, e começa a discussão. Porém, o que não se percebe, é que não existe opinião certa, ou opinião errada, e por mais que o conhecimento seja demasiado maior por parte de alguém, uma opinião ignorante, mas que possua o dom de ter outro ponto de vista, pode ser muito eloquente e, assim, fazer a diferença.

Entretanto, o que esta história tem de mais intrigante, é o porquê do homem ter essa vontade enorme de incutir na cabeça das pessoas a sua forma de pensar, e assim instituir que à sua maneira é o mais correto. Afinal, se a opinião é o resultado das reflexões derivadas de percepções sobre alguma coisa, a percepção retida da opinião alheia, na verdade deveria gerar outras reflexões que aperfeiçoassem a opinião inicial, dessa forma, uma soma de opiniões, que resultasse numa outra mais aperfeiçoada.

Portanto, se o egoísmo não fosse tão inerente como o próprio monopólio, quem sabe o mundo seria melhor. Se, ao receber opiniões de diversas formas, isto afetasse de forma positiva o opinião própria gerando um resultado mais abrangente, então tudo seria melhor planejado, executado, e desta maneira, muito harmoniosamente relacionado.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Encruzilhadas da vida mental

Existem dois tipos de homem, o racional e o emocional. Mas que tipo de homem se torna, aquele que perde a razão, e não sabe mais o que sente? Nada? Quando a razão não consegue mais resolver problemas, e quando a emoção já não sabe mais o que sente, dúvidas e sentimentos simples se tornam insolúveis. A reflexão se torna imprescindível, mas tão burocrática com as próprias exigências de perguntas infundadas e de percepções mal resolvidas, que fica falha e comprometedora.

Então adiam-se decisões e se criam soluções, que em minutos seguintes se tornam equívocas e passíveis de perguntas: Por quê? Por que isso foi pensado, se na verdade era aquilo? Mas então porque foi pensado isso antes, e não aquilo a que se deve a verdade? Mas essa é a verdade? Não seria mais racional aquela outra? Porém é esse o sentimento! Mas que zona é esta? Melhor "deixar quieto"...

E na busca incessante pelo autoentendimento, é descoberto o simples e impactante fato de que este inútil item indispensável na vida é praticamente nulo no momento em que mais se precisa dele. Talvez esta seja uma resposta inconsciente de uma mente refugada dizendo: Não quero pensar, já pensei demais, e nunca fui levada em conta. Talvez, algum dia, o homem racional tenha tomado espaço do sentimental, ou o contrário, e o que deveria ser seguido foi obscurecido pela concepção errada do modo de pensar errado no momento errado.